quarta-feira, 19 de outubro de 2011

E falando em solidão

... que tem tudo a ver com o nome deste blog e lembrando que nem sempre solidão pode ser algo triste, não se esqueçam... Mas lendo uma crônica da Martha Medeiros acabei lembrando desta letra do Frejat cantada  maravilhosamente pelo Cazuza...

Eu não sei o que o meu corpo abriga
Nestas noites quentes de verão
E nem me importa que mil raios partam
Qualquer sentido vago de razão
Eu ando tão down
Eu ando tão down
Outra vez vou te cantar, vou te gritar
Te rebocar do bar
E as paredes do meu quarto vão assistir comigo
A versão nova de uma velha história
E quando o sol vier socar minha cara
Com certeza você já foi embora
Eu ando tão down
Eu ando tão down
Outra vez vou me esquecer
Pois nestas horas pega mal sofrer
Da privada eu vou dar com a minha cara
De panaca pintada no espelho
E me lembrar, sorrindo, que o banheiro
É a igreja de todos os bêbados

E pensei no quanto passamos e gastamos tempo tentando esconder e esquecer nossa tristeza, nossas decepções, nossas insatisfações, nosso "saco cheio". E o pior, quanto mais "adultos" nos tornamos parece que perdemos esse direito. E quando somos mãe, então, nem se fale. Que mãe, com tantas preocupações e responsabilidades, pode ter esse direito. E uma grávida então? Nossa, como pode estar triste, como pode estar infeliz? Pois é, tem dia que não dá, vocês não concordam? Não dá para sorrir, não dá para achar nada legal. Tem dias que é um dia só e pronto. Temos que nos dar esse direito, não temos?

Tudo bem, a vida é linda, ter saúde é tudo. Mas, tem dias, que olha... teríamos que ter o direito de dormir o dia todo e não falar com ninguém. Deveria estar previsto em lei!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Do parto ao amor ao parto....

(do novo livro do Ric Jones, ainda sendo finalizado....)

Sobre o que desencadeia o trabalho de parto...
“*O parto é algo que acontece entre as orelhas*”, me repetia Max o velho
adágio das parteiras. Não o procure nas dobras dos tecidos uterinos, nas protuberân­cias ósseas, nas contrações ou nas variações dos hormônios. Ele se encerra nos pequenos grãos de areia de nossos sonhos, na bruma de palavras disper­sas de um passado distante. Ele se refugia nos sussurros de uma menina, na curiosidade infindável que ela carrega e no seu olhar insaciável. O parto e seus mistérios se escondem ao olhar superficial, à análise tímida e ao investigador amedrontado. Para entender o que o comanda, é preciso penetrar nos abis­mos obscuros da alma de uma mulher, lá onde se abrigam seus sonhos e suas tristezas. Quanto mais profundamente mergulharmos, mas nebulosa será nossa jornada. Entretanto, apenas assim poderemos encontrar essa semente. Talvez, apenas uma suposição, a chave
para essa questão esteja mesmo li­gada a essa fissura aberrante na ordem natural, a qual chamamos *amor*. E tal­vez, outra mera suposição, para
 entender o que acontece entre as orelhas de uma mulher, somente se soubermos
como encontrar esta chave. ****
 **(Excerto do livro "*Entre as Orelhas - Histórias de Parto*", no prelo)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

E a profecia se realizou...

Pois é, mais de 5 meses se passaram e eu nem lembrava deste post anterior... e cá estou, grávida de quase seis meses. Eu já estava grávida quando escrevi. Que loucura! Uma gravidez que metirou do eixo, se é que eu já estive nele... Enfim. É isto são três!

Ouvindo Marcelo Camelo

As vezes eu só quero descansar
Desacreditar no espelho
Ver o sol se pôr vermelho
Acho graça
Que isso sempre foi assim
Mas você me chama pro mundo
E me faz sair do fundo de onde eu tô de novo
Nada sei dessa tarde
Se você não vem
Sigo o sol na cidade
Pra te procurar
Eu bem sei onde tudo vai parar
Já não tenho medo do mundo
Sou filho da eternidade
Trago nesses pés o vento
Pra te carregar daqui
Mas você sorri desse jeito
E eu que já perdi a hora e o lugar
Aceito.
Nada sei nessa tarde
Se você não vem
Sigo o sol na cidade
A te procurar
Nada de meu nesse lugar
A cidade vai pensar
Que nada aconteceu em vão
Você vai me ligar então mais uma vez