terça-feira, 15 de outubro de 2019

Quando o amor destrói

— EXISTEM MUITOS HOMENS DISSE BELA--- QUE SÃO MAIS MONSTRUOSOS QUE VOCÊ,E EU PREFIRO VOCÊ, APESAR DE
SUA APARÊNCIA
. . .
A B
ELA E A FERA 



Nas novelas, nas canções, filmes, a paixão é sempre arrebatadora... tudo ou nada. Crescemos assistindo aquelas manifestações todas e sonhando com o momento arrebatador de viver aquilo. E os anos vão se passando. Adolescentes, jovens, adultos... As fases passam e para alguns a tal paixão tórrida parece que nunca vem. Será que ficamos de fora ou será que nos protegemos tanto que não deixamos ser tomados por essa onda avassaladora?

Eis que um dia nos vemos na paixão. Mas a maturidade não nos protegeria? No começo nem conseguimos entender, queremos fugir. O sentimento atrai, mas assusta. E como sabemos se saberemos lidar. O que é aquela sensação de "morte" ao deixar alguém, como se uma parte de nós ficasse ali? O coração disparado... tudo parece ter menos importância do que tem e aquela pessoa parece que tem mais importância do que vc mesmo na sua vida. A cegueira te faz achar que você está fazendo o melhor que pode. Que é assim mesmo. Se jogue, se entregue, a vida é uma só, talvez não tenha amanhã... E vc vai arrumando desculpas para se jogar naquele abismo sem fim...

E vc sobe, vc desce, e sobe e desce.... Mas a energia gasta vai se esgotando e fazendo com o que as descidas sejam cada vez mais bruscas e rápidas e as subidas lentas e sofridas. É nesse momento que o alerta precisa acender. Talvez a paixão e o amor não sejam para todos. Alguns vão achar o equilíbrio e saber lidar com tudo isso, com o que vai se transformar e até com o possível fim... ah , o fim, será um capítulo à parte. Mas alguns não saberão lidar tão bem com essa avalanche, irão se atropelar, se descabelar, se transtornar... Se o outro também não tiver o chip da maturidade emocional será um encontro macabro, fadado a um tenebroso fim ou a um eterno tormento... TNT puro.. explosão mórbida.

Podem achar exagero tais palavras... A impressão que se tem é que há uma certa inaptidão para amar quando na verdade se ama demais... Ama tanto que é impossível amar... O círculo está traçado... Se amo demais, não posso amar, e ao me proteger tanto, algo escorre pelas mãos e nesse vão acaba entrando as piores opções para esse amor represado...

Quem já viveu uma paixão, de uma forma boa ou ruim, sabe do que falo. No início ela parece libertadora. Dá vontade de gritar o sentimento. Por que não me avisaram antes que era tão bom me entregar? Mas quando erramos a mão na condução, o caminho a partir daí é imprevisível demais...

Em contato com mulheres que amam demais, e homens tb podem amar demais, ouço relatos de relacionamentos destrutivos há 5, 10 anos, com mulheres que assumem a sua impotência, mas que não conseguem se libertar daquela areia movediça. Mas, se observarmos melhor, quantos casamentos altamente destrutivos não vão até o fim da vida... Como se vive com isso. Será que se não sabemos conseguimos viver com essa agonia, para sempre? E o que é pior, saber que estamos no olho do furacão e não conseguir sair ou não pensar nisso e se deixar ser sugada?

Não é sobre amar e não ser amada, é sobre não saber amar, como um bebê que nasce sem o reflexo da sucção... e, por isso, vai precisar de uma mamadeira que substitua o peito materno, a forma mais simples e menos eficiente de resolver o problema, ou de um longo processo de aprender a mamar, que vai exigir esforço dele, da mãe e do apoio de um profissional, ou vários... É uma escolha!